domingo, 25 de janeiro de 2009

RETIRO CULTURAL - PROJETO BRINCANTES DE TEATRO

O Projeto Brincantes de Teatro realizou neste mês de Janeiro mais um Retiro Cultural - Jornada Brincante, no qual Coordenação, Monitores e Facilitadores reuniram-se durante três dias em um sítio na localidade de Macambira - Russas, afim de realizarem uma maratona de Avaliação, Estudos e Planejamento referente as atividades do Projeto.
Este retiro é o segundo realizado, sendo que o anterior ocorreu no Distrito de São João de Deus - Russas.
O retiro brincante propociona além de tudo, um momento de mergulho total no universo Brincante, permitindo com isso, sempre manter o acesso o "Fogo Brincante" dentro de cada um.

RELATOS DO RETIRO

PRIMEIRO DIA

Reafirmar, repensar, reelaborar, refletir, resignificar, reencontrar... ré, ré, ré... Realizar.
Retiro Cultural do Projeto Brincantes de Teatro. Deixa-se está sob a reclusão, retirá-se. Momento intimo em que brincantes introspectam-se em um universo maravilhoso de possibilidades. Possibilidades essas que permitem pensar, avaliar, criar. Um momento brincante, feito por brincantes e para brincantes. E assim, durante três dias, uma Jornada Árdua de Trabalho é iniciada.
Porém é preciso primeiro perceber o que foi falho, mas sem com isso, admitir que sucessos foram alcançados. Portanto é de grande importancia que o retiro iniciasse com um avaliar minucioso do que se fez no decorrer desses dois anos de atividades do Projeto Brincantes.
Como nos velhos tempos e quase como capricho, banhados pela primeira chuva de inverno, num momento, quase ritualístico de lavagem, a água deixa levar consigo as dificuldades, permitindo inundar com a água límpida do novo. Uma chuva, no sentido literal e metafórico da palavra inicia-se. Uma chuva de idéias, uma chuva de desafios. A estação da seca se desfaz e boas águas estão pro vim.
Feito isso, nós brincantes partimos para um defrontar com nós mesmos.
Até que ponto se conhece sobre o Projeto?
Portanto, um discutir sobre a metodologia, diretrizes e objetivos é iniciada. Um reafirmar da filosofia brincantes, mesmo que a princípio isto estabeleça-se apenas teoricamente mas que deixa
o fio de uma promessa de que muito mais será retrabalhado, ainda teoricamente, mas também cheio de prática.
Falando em prática, é no Terreiro Cultural que acontece o momento mais introjectivo no universo brincante. Cantigas, estórias, causos. É no pé da fogueira que isto acontece, o simbolismo da fogueira que reflete a figura do "Fogo Brincante", que aquece, que alimenta, que dá combustível ao movimentar brincante... E com isso, os brincantes se recolhem, e com isso os brincantes se renovam, e com isso a noite só nos mostra respostas... ré, ré, ré.....





SEGUNDO DIA

Improvisar! Uma prática que deve ser abolida no Projeto Brincantes de Teatro. Esqueçam-se definitivamente do improviso, apaguem de seu repertório tal técnica, definitivamente, improvisar não é bom... Quando se é um monitor no seu processo de ministrar aula. Foi nessa pespectiva, de preparar os monitores e facilitadores, livrando-os da sina de serem meros repassadores de exercícios, que possam compreender o Projeto como algo mais profundo, algo mais poderoso, que permita que o alunos não sejam simplesmente corpos em um movimento vazio, que se conduziu o primeiro momento de nosso dia. Um refletir sobre o que seria arte-educação. Na verdade um desmembramento, para que se compreendesse a Arte, para que se compreendesse a educação, e para com isso, o reencontro entre arte e educação, agora dissecados, estudados e discutidos reconstituísse a nível intelectual o conceito de arte-educação.
Nisso partiu-se para um trabalho grupal de reflexão, pra um embreagar de conceitos, obedecendo a uma lógica metafórica de um banquete, onde reunidos à mesa, desmembram, destrincham e devoram o alimento, mastigam em conjunto, regojitam, descartam o que de priore
não se considera nutritivo, reengolem, digerem e vomitam um produto totalmente novo, mas que deixa na corrente snguínea, o combustível para tocar a vida.
E assim, no final do dia, nossos companhiros não são mais os mesmos, a bagagem torna-se mais pesada. E com isso, o improviso retorna a seu seu lugar de origem e com isso, os corpos vazios dos alunos passam a ser preenchidos de afeto e de conhecimento .
Deixamos, permitamos que nossos alunos , acima de tudo, sejam felizes.


TERCEIRO DIA

Uma vez em Roma, faça como os Romanos!
O Retiro Cultural jamais seria o mesmo se dentro das discussões não abordássemos o "Teatro", afinal, esta é a mola mestra, aquilo que nos guia, que nos permite viajar a longas distâncias mesmo que sem sairmos do lugar, que permite revelar a nós mesmo, permite-nos sonhar.
Assim, a manha foi tomada pelo "Teatro Popular", pelo "Teatro de Rua" e por todas as formas de expressar do povo. Além disso, nós Brincantes, reafirmamos nossa relação de proximidade com a Cultura Popular. Em grupos, como verdadeiros especialistas, e ainda usando do artifício da imaginação que só o teatro dispõe, iniciamos um verdadeiro debate, uma mesa redonda em que cada grupo expós a respeito do Reisado, Pastoril, Bumba-meu-boi e demais Danças Populares. Os seminários sã um sucesso, e assim se deu o último dia de nossa Jornada...

A nossa Jornada/
Já vai terminar/
Adeus meus senhores/
Queiram desculpar








quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Movimento Teatral no Vale do Jaguaribe - Os Mergulhos Teatrais.

Mergulhar!

O que vem a ser um mergulho? A submersão de um corpo sólido em um líquido, uma viagem momentânea, efêmera pelo interior líquido de um universo aquoso, seja pelo simples prazer de experimentar esta sensação e este universo, seja para conhece-lo melhor, para explorar, para adentrar cada recanto, cada reentrância, para registrá-lo e transformá-lo.
Podemos mergulhar nas águas límpidas ou turvas, quentes ou frias, de rios, mares, lagoas, etc. Mas, mergulhar sempre traz uma sensação de mudança, de bem-estar e de euforia por experimentar um mundo novo.
Mergulhar é conhecer por dentro, por baixo da superfície, é adentrar no interior para olhar a partir de uma nova perspectiva, conhecer o que existe por baixo das aparências. As vezes olhamos a superfície prateada de um lago ao por do sol com suas águas plácidas e não imaginamos que ali pode haver restos de arvores, pedras, plantas aquáticas, peixes das mais diversas cores, ou, lixo, lama e a mais repelente podridão.
Foi a partir desta metáfora que idealizamos os Mergulhos Teatrais, já que vivemos todos ao lado ou as margens de um grande ícone que é o Rio Jaguaribe e quantos de nós já não mergulhamos nestas águas?E quantos de nós mergulhamos nestes mesmas águas já transubstanciadas em mar.
Como um rosário, cujas contas são as cidades e o fio é o rio, todos nós estamos ligados por uma cultura vaqueira, ribeirinha e rude. Herdamos os costumes dos Senhores dos Casarões, da pistolágem, dos vareiros, dos barões da cera, da religiosidade cabocla, dos forrós e das quermesses, das novenas de santos, do peregrinar na fé, herdamos uma forma de falar e um modus vivendi, herdamos um corpo, um bio-tipo que pode definir também um fazer teatral. Esse fazer teatral compreendido nos seus aspectos sociológico, histórico, estético, antropológico, etnocenológico, semiológico e político.
Foi pensando nisso que idealizamos o Mergulho Teatral, não como um encontro de artistas de teatro simplesmente, mas num encontro de artistas, criadores e pesquisadores compromissados com o fazer teatral. Compromissados com o estudo, pesquisas, experimentos, vivências e compartilhamento deste labutar na arte de ator, seja nos seus processos criativos, seja no campo da formação ou da ate-educação.
O Mergulho deve buscar, também, uma linha de pensamento político sobre organização. Deveremos discutir o papel da Federação Estadual de Teatro como um organismo representativo do movimento ou da classe teatral no Ceará. Devemos discutir os diversos papeis do artista e dos grupos de teatro, desde o fazer por diletantismo até uma tomada de consciência profissional. Deveremos discutir aspectos relacionados ao mercado e a vida útil dos espetáculos. Devemos encontrar coletivamente, mas de forma efetiva, alternativas de produção, compreendendo a concepção, criação, montagem e circulação de modo sustentável.
Neste aspecto, o Vale Jaguaribe, e portanto temos que ter consciência de região (ou seja, temos que ter uma identidade), vem se articulando através de encontros denominados de Mergulho Teatral.
O primeiro Mergulho Teatral realizou-se em Russas no mês de julho de 1998; o segundo em outubro do mesmo ano em Jaguaribe; o III e IV Mergulho aconteceram em abril de 1999 em Morada Nova e outubro de 99 em Rodão/Morada Nova; o quinto aconteceu em setembro de 2000 em Russas; o sexto em Iracema, 2000; o sétimo também em 2000 na cidade de Ereré, onde foi deliberado a realização do FESTVALE; oitavo e nono em Limoeiro do Norte em 2001. Após uma paralisação de seis anos o X Mergulho Teatral, realizou em Russas de 20 a 22 de abril de 2007 e o XI Mergulho nos dias 21,22 e 23 de setembro de 2007.
Estas duas últimas edições tem sido uma tentativa de reconstruir o movimento, já que os grupos e artistas que vem participando destes eventos, estão adentrando agora no movimento. Precisamos redefinir os objetivos e a missão do Evento.
Ao longo dos anos definimos alguns objetivos para os encontros do Mergulho Teatral:

Refletir sobre o fazer teatral na Região (como se tem feito? – caminhos encontrados nos processos de produção e criação? etc);
Intercambiar experiências vivenciadas nos grupos;
Discutir temas relevantes para o processo de formação e capacitação dos grupos, trazendo pessoas (colaboradores) que possam contribuir com suas experiências e conhecimentos;
Aproximar o teatro das comunidades, das escolas, etc.

Nestes encontros devemos ter em pauta três momentos específicos:

Socialização (Experiências de grupos e pesquisadores);
Oficinas (vivências relevantes com grupos ou colaboradores);
Espetáculos (propiciar a circulação, a diagnose e o contato com as comunidades).

Nestes tempos de internet, podemos também criar uma rede de comunicação e troca de experiências, textos e divulgação de eventos, editais e espetáculos.


Merda para todos!

Frank Lourenço.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Espetáculo HEIM?!

Revirando o YOUTUBE em busca da OFICARTE, encontrei um trecho do Espetáculo HEIM?! Vale a pena conferir a Performance dos Atores: Flávio Gonçalves (Peteleco), Márcia Oliveira (Pépe) e Audalto Neto (Crispim).
O espetáculo tem a Direção de Frank Lourenço e Roteiro de Márcia Oliveira.
Confiram e até a Próxima.



Assembleia Geral Ordinária



A todos os Sócios e demais parceiros da OFICARTE que desejam acompanhar e se inteirar dos nossas atividades, estará acontecendo neste dia 14 de janeiro de 2009 uma Assembleia Geral Ordinária que tem por finalidade avaliar o segundo semestre de 2008, Apresentar a prestação de contas do período e planejar as atividades para o primeiro semestre de 2009. A participação de todos os sócios é de sua importancia. A mesma Ocorrerá às 17:30h em preimeira chamada, 17:45h em segunda chamada e às 18:00h em terceira chamada, nas sede da OFICARTE Teatro e Cia localizada na Av. Benjamim Constant S/N, ao Lado do 1º BPM.

Agradecemos desde já a presença de todos.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Som das Carnaubeiras


Nos dias 09, 10 e 11 A OFICARTE (Projeto Brincantes) participou de uma Oficina de Áudio visual e software livre realizada no Ponto de Culturas Som das Carnaubeiras em Flores, Russas, ministrada pela Aldeia Digital.


Foi uma experiência fora do comum, tanto no aspecto do conhecimento adquirido na oficina como no prazer de poder está dentro do cotidiano do Ponto de Cultura Som das Carnaúbeiras. Ver aqueles meninos tão empolgados e falando com tanta propiedade sobre os temas abordados na oficina e perceber o vínculo deles com o Projeto fez emocinar a todos.

Espero surgir a partir deste desta oficina uma relação mais aproximada entre as entidades, para a discussão dos temas e claro para a troca de experiências.

Muito obrigado, Aldeia Digital. Muito Obrigado Som das Carnaubeiras.


Ah, A Versão da Orquestra para Cantares e Folganças ficou linda.... Arrepiou!!!!!


Um grande Abraço a todos.