quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Movimento Teatral no Vale do Jaguaribe - Os Mergulhos Teatrais.

Mergulhar!

O que vem a ser um mergulho? A submersão de um corpo sólido em um líquido, uma viagem momentânea, efêmera pelo interior líquido de um universo aquoso, seja pelo simples prazer de experimentar esta sensação e este universo, seja para conhece-lo melhor, para explorar, para adentrar cada recanto, cada reentrância, para registrá-lo e transformá-lo.
Podemos mergulhar nas águas límpidas ou turvas, quentes ou frias, de rios, mares, lagoas, etc. Mas, mergulhar sempre traz uma sensação de mudança, de bem-estar e de euforia por experimentar um mundo novo.
Mergulhar é conhecer por dentro, por baixo da superfície, é adentrar no interior para olhar a partir de uma nova perspectiva, conhecer o que existe por baixo das aparências. As vezes olhamos a superfície prateada de um lago ao por do sol com suas águas plácidas e não imaginamos que ali pode haver restos de arvores, pedras, plantas aquáticas, peixes das mais diversas cores, ou, lixo, lama e a mais repelente podridão.
Foi a partir desta metáfora que idealizamos os Mergulhos Teatrais, já que vivemos todos ao lado ou as margens de um grande ícone que é o Rio Jaguaribe e quantos de nós já não mergulhamos nestas águas?E quantos de nós mergulhamos nestes mesmas águas já transubstanciadas em mar.
Como um rosário, cujas contas são as cidades e o fio é o rio, todos nós estamos ligados por uma cultura vaqueira, ribeirinha e rude. Herdamos os costumes dos Senhores dos Casarões, da pistolágem, dos vareiros, dos barões da cera, da religiosidade cabocla, dos forrós e das quermesses, das novenas de santos, do peregrinar na fé, herdamos uma forma de falar e um modus vivendi, herdamos um corpo, um bio-tipo que pode definir também um fazer teatral. Esse fazer teatral compreendido nos seus aspectos sociológico, histórico, estético, antropológico, etnocenológico, semiológico e político.
Foi pensando nisso que idealizamos o Mergulho Teatral, não como um encontro de artistas de teatro simplesmente, mas num encontro de artistas, criadores e pesquisadores compromissados com o fazer teatral. Compromissados com o estudo, pesquisas, experimentos, vivências e compartilhamento deste labutar na arte de ator, seja nos seus processos criativos, seja no campo da formação ou da ate-educação.
O Mergulho deve buscar, também, uma linha de pensamento político sobre organização. Deveremos discutir o papel da Federação Estadual de Teatro como um organismo representativo do movimento ou da classe teatral no Ceará. Devemos discutir os diversos papeis do artista e dos grupos de teatro, desde o fazer por diletantismo até uma tomada de consciência profissional. Deveremos discutir aspectos relacionados ao mercado e a vida útil dos espetáculos. Devemos encontrar coletivamente, mas de forma efetiva, alternativas de produção, compreendendo a concepção, criação, montagem e circulação de modo sustentável.
Neste aspecto, o Vale Jaguaribe, e portanto temos que ter consciência de região (ou seja, temos que ter uma identidade), vem se articulando através de encontros denominados de Mergulho Teatral.
O primeiro Mergulho Teatral realizou-se em Russas no mês de julho de 1998; o segundo em outubro do mesmo ano em Jaguaribe; o III e IV Mergulho aconteceram em abril de 1999 em Morada Nova e outubro de 99 em Rodão/Morada Nova; o quinto aconteceu em setembro de 2000 em Russas; o sexto em Iracema, 2000; o sétimo também em 2000 na cidade de Ereré, onde foi deliberado a realização do FESTVALE; oitavo e nono em Limoeiro do Norte em 2001. Após uma paralisação de seis anos o X Mergulho Teatral, realizou em Russas de 20 a 22 de abril de 2007 e o XI Mergulho nos dias 21,22 e 23 de setembro de 2007.
Estas duas últimas edições tem sido uma tentativa de reconstruir o movimento, já que os grupos e artistas que vem participando destes eventos, estão adentrando agora no movimento. Precisamos redefinir os objetivos e a missão do Evento.
Ao longo dos anos definimos alguns objetivos para os encontros do Mergulho Teatral:

Refletir sobre o fazer teatral na Região (como se tem feito? – caminhos encontrados nos processos de produção e criação? etc);
Intercambiar experiências vivenciadas nos grupos;
Discutir temas relevantes para o processo de formação e capacitação dos grupos, trazendo pessoas (colaboradores) que possam contribuir com suas experiências e conhecimentos;
Aproximar o teatro das comunidades, das escolas, etc.

Nestes encontros devemos ter em pauta três momentos específicos:

Socialização (Experiências de grupos e pesquisadores);
Oficinas (vivências relevantes com grupos ou colaboradores);
Espetáculos (propiciar a circulação, a diagnose e o contato com as comunidades).

Nestes tempos de internet, podemos também criar uma rede de comunicação e troca de experiências, textos e divulgação de eventos, editais e espetáculos.


Merda para todos!

Frank Lourenço.

5 comentários:

  1. Assim gente sou André Luiz da cidade de ereré gostei muito do mergulho teatral aqui no meu munícipio,pois foi uma grande esperiencia,para agente mesmo que faz parte do teatro (Erearte) da cidade de ereré ,pois foi uma primeira vez que tivemos oficinas. Amei muito o mergulho, sem deixar de dizer gostei muito da vanessa uma mulher simpatica,meiga,amorosa,carinhosa,.... gostei tambem do felipe ....enfim de todos . Amei a oficina da vanessa e do felipe aprendi muito o jeito de respirar,exercicíos muitos legais,poisvou fazer sempre enclusive a vanessa passou um exercicío que era para o joelho estarei fazendo todos os dias,pois tenho um problema no joelho... sem mais delogas...... AMEI TUDO E TODAS...Estarei com muitas saudades... de todos...
    beijos..... André Luiz da cidade de Ereré...

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  2. bem meu nome é raul soares , sou da cidade de erere -ce
    bom o mergulho aqui na minha cidade foi muito bom , pór que me dei de cara com pessoas muito legais ...
    e soube o que é realmente um mergulho teatral !
    porque o mergulho naum é somente as cidades se reunirem e depois disso se dividirem em salas mas sim debater e interagir entre todas elas e isso aconteceu aqui no erere
    gostei muito das oficinas pois me trouxe uma noção merlhor sobre o que é teatro
    enfim tudo pra mim foi encrivél .....

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  3. Bom dia!Sou Aldesir Girão de Morada Nova e gostária de registrar que tive a felicidade de participar do XVII mergulho teatral do vale do jaguaribe nos dias 22e23 de agosto na cidade de Ererê.Desde de já gostária de parabenizar ao Departamento de cultura da cidade pelo o belissimo evento que realizou fazendo a população participar efetivamente dos espetáculos apresentados.Também quero aqui deixar agradecimentos a todas cidades participantes do evento que trouxeram seus espetáculos fazendo assim a nossa festa ficar mas bonita do que já é.Espero encontrar todos em Jaguaribara nos dias 23,24 e 25 de outubro para que possamos fazer aquela festa.abraços a todos.Não poderia esquecer de parabenizar a bela estréia do espetáculo chapeuzinho vermelho da cidade de Morada Nova do GRUPO OS BLEFES E CIA.diregido por Manoel Gioncarlo.Concerteza foi a revelação de novos talentos dentro do mergulho.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. E ai pessoal meu nome é Wendallo Silva da cidade de Morada Nova e não podia deixar de passar aqui pra registra meu comentario sobre esse banho de alegria q foi participar desse mergulho da cidade de Ereré q foi tudo de bom adOoOoOrei foi show de bola.
    Uma galera muito massa as apresentações foram super dez. Quero aproveitar para parabenizar a organização muito bom msm a sm falar na comida q era exelente.kkkkkkkk.to morrendo de saudade. Quero encontra toda a galera la em Jaguaribara. bjs pra todos.

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