quarta-feira, 5 de agosto de 2009

AGENDA DE APRESENTAÇÕES DO ESPETÁCULO CARROSSEL DO TEMPO

A Agenda de agosto do espetáculo Carrossel do Tempo do nosso Ponto de Cultura Brincantes de Teatro está repleta de apresentações.

Neste dia 05/08, quarta-feira, o espetáculo estará se apresentando na SEMUR (Semana do Município de Russas.

Neste dia 08/08, sábado o espetáculo estará na cidade de Aracati dentro do Circuito do Sistema Estadual de Teatro.

E no dia 20/08, Carrossel do Tempo estará fazendo a abertura o FETAC - Festival Estadual de Teatro de Acopiara.

terça-feira, 21 de julho de 2009

CURSO FUNDAMENTOS DE TEATRO E CURSO DE DANÇA COM INSCRIÇÕES ABERTAS

Olá Pessoal,

Estão abertas até o dia 30 de julho as inscrições para o Curso Fundamentos de Teatro que será realizado pelo Ponto de Cultura Brincantes de Teatro. O Curso é destinado para o público a partir de 15 anos. E iniciará a partir do dia 10 de agosto, sempre as Segundas, quartas e Sextas das 8h às 10h

Além disso está aberta também as inscrições para Curso de Dança com a faixa etária a partir de 10 anos, sempre às Terças e Quintas de 8h às 10h.

Faça sua inscrição preenchendo o formulário que está neste endereço: http://www.formfacil.com/cursooficarte/fdt

Basta preencher o formulário e aguardar nosso contato. Se preferi pode fazer sua inscrição presencial na sede da OFICARTE Teatro e Cia localizada na Av. Benjamim Constant S/N (ao lado do Quartel) da 18:00h às 20:00h.

Todos os inscritos passarão por uma seleção.

O Curso tem duração de aproximadamente 10 meses e é inteiramente gratuito!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Lançamento do nosso Ponto de Cultura

(Foto: Hider - Oficialização do Ponto de Cultura Oficarte Teatro & Cia - Sede do Grupo - Russas/CE)

Por: Hider Alburquerque. (Hider é um dos sócios que participaram junto com Frank Lourenço e Acleilton Vicente da Assembleia de fundação da OFICARTE Teatro e Cia a 04 de Julho de 1990)

Como previsto, no dia 02 de julho, aconteceu o início das comemorações dos 19 anos do Ponto de Cultura Oficarte Teatro & Cia. À noite, na sede da Companhia aconteceu uma sessão de abertura oficial do Ponto de Cultura e suas funções socioculturais. A presença de parte da imprensa, de artistas, do 1º BPM representado pelo Tenente Carvalho, da secretaria da Educação e do Desporto Escolar Lindalva Pereira Carmo, da secretária da Cultura, Esporte e Juventude Noilda Rocha, Ricardo Torres da Assessoria de Comunicação de Russas, assim como a presença de funcionários destes Órgãos estiveram presentes para o evento que ao meu ver, é de extrema importância para a manutenção de qualquer coisa que se possa chamar arte na cidade de Russas.

Márcia Oliveira, presidenta da Oficarte, iniciou a solenidade contando um pouco da trajetória da Oficarte durante estes 19 anos da entidade. Logo passou-se dois vídeos, um sobre o trabalho de pesquisa bibliográfica e de campo dos jovens alunos da Oficarte, no outro, os bastidores do espetáculo, a fabricação coletiva dos integrantes na confecção dos materiais cênicos, desde o figurino, instrumentos e cenário, todos envolvidos no objetivo de transformar a realidade e renascer a nossa cultura, a nossa história e as nossas tradições.

Frank Lourenço também falou sobre suas experiências com o teatro, a abrangência das novas perspectivas da Oficarte agora como Ponto de Cultura. O Coordenador em suas palavras emocionadas pelo significado do evento falou sobre a impossibilidade de se comemorar estes 19 anos com muitos espetáculos em cena, falta grupo? Não!!! Peças e grupos de teatro na nossa região jaguaribana é o que não faltam. O que falta, e essa foi a impossibilidade das apresentação de palco, a inexistência de Teatros ou locais apropriados para servir como estrutura na montagem das peças.

A secretária da Educação, assim como a secretária da Cultura empenharam palavras de apoio e parceria por parte do Município enfatizando a importância dos relevantes serviços prestados pela Oficarte. Ademais, ouvimos o testemunho de um dos grandes parceiros da Oficarte Teatro e Cia. o 1º Batalhão de Polícia Militar, representado pelo Tenente Carvalho, que ressaltou o reconhecimento de todos os soldados e comandantes nestes mais de dez anos em que o 1º Batalhão abriga a sede da Oficarte e o orgulho que sente pelos relevantes serviços socioeducativos ali praticados.

Logo depois das formalidades foi servido um coquitel regado e temperado com muita música de qualidade proporcionada pela banda K-Zumbar.

Estraído do site: www.paginarussana.ning.com

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Divulgada a programação em comemorção aos 19 anos da OFICARTE Teatro e Cia

O evento contará este ano com a presença de artistas de outras cidades do Vale do Jaguaribe e terá a seguinte programação:

Quinta - 02/07/2009
19:00h - Coletiva de lançamento do Ponto de Cultura Brincantes de Teatro
Apresentação Cultural
Coquetel
Local: Sede da OFICARTE

Sexta - 03/07/2009
16:00h - Chegada dos convidados
18:00h às 20:00h - Repasse da Oficina de Artes de Rua (Montagem de uma parada) com os artistas convidados e da OFICARTE
21:00h - Parada de Rua

Sábado - 04/07/2009
8:00h às 12:00h - Oficina Energia + Ação: Do invisível ao visível
14:00h às 18:00h - Oficina Energia + Ação: Do invisível ao visível
21:00h - Expresso Experimental Fest

Domingo - 05/07/2009
9:00h às 12:00h - Oficina Energia + Ação: Do invisível ao visível
12:00h - Feijoada temperada com Arte!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

OFICARTE Participa do Evento ZONA DE TRANSIÇÃO no Thetro José de Alencar

No Aniversário de 99 anos do TJA, 17 de junho de 2009, o Governo do Estado via Secult abriu o ano 100 do Theatro José de Alencar, com o encontro internacional Zona de Transição. Dedicado à formação artística e de platéia, o evento reuniu artistas do Brasil, Chile, Espanha, França e Itália em oficinas, demonstrações de trabalho, rodas de conversa e espetáculos de curta e longa duração.

A OFICARTE marcou presença neste evento através da participação nas oficinas de formação, além de prestigir os espetáculos e demosntrações técnicas.
Foram ao todo 6 oficinas: Voz com Carlos Simione do LUME Teatro - UNICAMP; Voz com Noberto Presta - Itália; Palhaço com Oskar Zimmerman do Chile; Animação com Tato Criação Cênica - Curitiba, Artes de Rua com La Belle Zanka - França e Teatro Físico com Los Corderos - Espanha. A OFICARTE participou de 4 das 6 oficinas, o repasse dos conhecimentos obtidos será feito no decorrer das atividades do grupo e dentro do Núcleo de Pesquisa, Estudos e Experimentação Cênica.


quarta-feira, 10 de junho de 2009

OFICARTE COMEMORARÁ 19 ANOS DE ATIVIDADES

No próximo dia 04 de julho de 2009 a Oficina de Arte Teatro e Cia - OFICARTE completará 19 anos de atividades artístico-culturais no município de Russas.

Uma programação está sendo elaborada para marcar esta data.

Fique atento, acesse sempre este BLOG e veja em breve, em primeira mão, a programação completa!

Até lá!

MOVIMENTO TEATRAL FORTALECIDO

O Movimento Teatral no Vale do Jaguaribe passa por um grande momento. Nunca o teatro na região esteve tão organizado e fortalecido, isso graças ao esforço dos grupos ,que reflete o vale do jaguaribe como sendo umas das regiões do estado em que o movimento teatral é mais bem organizado.
Os mergulhos teatrais, encontros itinerantes de artistas e grupos de teatro para reflexão das diversas funções do teatro e seu papel social e cultural, assim como o fórum estadual de Turismo e Cultura tem dado grande contribuição a este fortalecimento.
Na sua 16ª edição, o Mergulho Teatral trouxe para Morada Nova no mês de maio, além da oportunidade dos grupos de mostrarem seus trabalhos, discussões referentes ao registro dos grupos (associativismo), assim como na proposta da criação de um cooperativa de teatro no vale, além disso foi encaminhado o Projeto para a realização do II FESTVALE - Festival de Teatro do Vale do Jaguaribe, que terá o núcleo central das atividades em Limoeiro do Norte, mas que também irá levar espetáculos a outras cidades do vale.
Além disso, outras novidades circundam o teatro no vale: A Realização do Circuito SET e de Oficinas de Formação em diversas cidades do Vale.
O tempo é este, o movimento está fortalecido, tem voz ativa perante a sociedade, muito ainda se tem para melhorar, mas o importante é não deixar o barco parar e nem o fogo se apagar.

sábado, 30 de maio de 2009

O PRÉ-TEATRO E A FUNÇÃO DA MÁSCARA: – O FOGO BRINCANTE DOS PAPANGUS

Por: Frank Lourenço

Caminhando pelas ribeiras do Jaguaribe durante a “Semana Santa”, vamos encontrar nos vilarejos, nas várzeas e estradas, serpenteando por entre carnaubais, grupos de brincantes mascarados, chamados de Papangus. Essa manifestação presente no distrito de São João de Deus / Russas – Ce, caracteriza-se dentro do conceito de Pré-Teatro e traz na sua prática, grandes inquietações do homem, como as celebrações, os ritos e as representações coletivas e individuais a respeito da morte, do amor e do trabalho.
O grande objetivo desta prática espetacular é divertir e divertir-se. Para os brincantes não existe o espetáculo, não é uma apresentação ou representação cênica, eles não fazem para exibirem-se para um público. É uma brincadeira que permite folgar, perambular de uma comunidade a outra, dizer e fazer brincadeiras. Quebrar as normas oficiais do ofício sagrado da “Semana Santa”. Como no carnaval são três dias de liberdade, pois, suas identidades estão preservadas pelas máscaras e pela grande quantidade e tamanho das roupas, estão protegidos pela fantasia. É o brincar pelo prazer da diversão.São as almas penadas soltas no mundo, ligando presente e passado, mantendo a ordem no caos.
A máscara segundo Duvignaud, implica uma comunicação recebida e aceita, faz o espectador entrar em um círculo não real sugerido pelas formas que ela adiciona ao rosto humano.
A máscara tem como função a dissimulação, a proteção, a manifestação de uma presença do além, participação em uma casta privilegiada ou secreta, instrumento de dominação pelo temor ou identificação a forças incontroladas da natureza. Ela não só protege como também nos orienta no sentido de uma diferença; nos conduz sobre uma pista da cultura.
A máscara está posta para esta manifestação “espetacular” como a “fagulha” que acende o fogo brincante, pois “invoca uma atitude, um comportamento, uma pessoa imaginária, é criar uma realidade supra-real que se torna real pela comunicação que ela implica e pela mensagem recebida” (Duvignaud, p. 90).
A teatralidade que consiste em construir com o próprio corpo um outro ser diferente do seu, está presente no ato do mascaramento, construindo narrativas míticas como afirma Duvignaud.

“O ato do mascaramento, a representação real daquilo que é dito ou cochichado pela linguagem das narrativas ou dos mitos extrapola a mera encenação e o grupo exige muito mais do que a ilustração daquilo que se conhece. Encontramos o impulso que arrebata a sociedade inteira contra as ameaças, a negação coletiva da natureza destruidora, criativa e agressiva em suas manifestações (.) a perseguição do incansável diálogo com um cosmo cujas manifestações análogas às do “eu”, estimulam nos homens a capacidade singular de inventar e de imaginar, de usar disfarces para investir contra a eterna resistência do mundo. Como para os psiquiatras, o ventre fala nesses casos, o corpo inventa ou reanima uma linguagem”(p.90/91).

A teatralidade da brincadeira de Papangu está exatamente na máscara que faz o espectador entrar no círculo do não-real, sugerido por Duvignaud, envolvendo-se numa trama de alternância entre o real e o imaginário. O “ espectador” mesmo consciente da dissimulação se envolve nesse jogo de inter-relação da realidade e da imagem, acreditando por um momento na forma sobreposta no rosto dos brincantes. Essa inter-relação provoca medo e riso, une o terreno ao sagrado, o maravilhoso e o fantástico, abre as portas para os afetos místicos.
Esse “teatro sagrado” só existe naquele momento específico e não tem uma estrutura dramática, não tem roteiro, não tem personagens, não tem palco, nem atores, nem espectadores. Os brincantes são anônimos, portanto não buscam a fama pelo seu desempenho artístico. Os personagens são construídos pela identificação do brincante com sua máscara exteriorizando arquétipos e desejos miméticos de conjuração ou expiação. Não existe a interpretação cênica e sim a representação mimética, é um teatro primitivo, um pré-teatro efêmero, que se contrapõe aos conceitos estruturantes do teatro pautado em um tripé básico: texto, ator e espectador. Nele não existe o texto, nem o ator, nem o expectador. O brincante se envolve num jogo e cria uma realidade supra-real onde homem e animal se imbricam e se mesclam em padrões de comportamento ambíguo e imaginário.
Nesse jogo o brincante se trans-veste em pessoa ou bicho imaginário e no ato do mascaramento, representam como diz Duvignaud, “uma oportunidade, uma eventualidade de mudança da ordem das coisas ou do mundo, recordam a realidade do virtual ou do possível em uma ordem estabelecida que parece ignorá-lo”.
A carnavalização está presente na farra permitindo os extravasos e a libidinagem. As transformações ou atualizações da brincadeira, transformaram o bastão que antigamente carregavam para espantar os cães danados, no “pau das meninas”. Neles, escrevem o nome das moças que vão encontrando. As meninas pedem para lê os nomes que têm no pau e assinam também. Nesse momento os papangus mais gaiatos fazem brincadeiras obscenas.

“Isso aqui a gente coloca os nomes tipo esse ‘Maria do Socorro – Jardim de São José’, pras meninas assinar, porque aqui é o pau das meninas. As meninas pedem pra lê os nomes que tem no pau. Chegamos acolá aí a menina pediu pra vê o pau –‘mostra aí’ – aí num quis mais porque ela disse que era grande e grosso. Aí ela chegou pra esse pivete aqui e disse: ‘- deixe eu ver o seu!’ aí ela disse: ‘- esse aí tem que alisar muito’- Aí eu disse pra ela ‘- e o meu?’-é desse jeito macho... é divertimento sabe!? Não é pra ameaçar ninguém não!” (Brincante anônimo – Miguel Pereira / Russas - Ce).

Como no carnaval todos são foliões, brincantes e não-brincantes, todos entram na folia e extravasam, liberam seus instintos, principalmente as mulheres as quais não é permitido brincar mascaradas. Essa regra é ditada pela tradição: “Papangu de Russas é feito por homens, mulher não brinca não”. Esse pensamento é unânime entre os brincantes.
Esses extravasos tanto dos brincantes mascarados, quanto dos não-brincantes, retratam a violência da festa como ato de transgressão dos valores reprimidos principalmente a sexualidade. O extravaso da sexualidade como elemento de transgressão de valores, é uma agressão natural ao mesmo nível da morte. Dessa forma, como afirma Duvignaud, “nenhuma sociedade simboliza pacificamente e a metáfora esconde o medo”.
A teatralidade também se faz presente através do mito gestual. É impressionante a sensação que sentimos ao ver um grupo se deslocando pelas estradas das várzeas, serpenteando por entre carnaubeiras, para chegar como um pelotão de soldados que tomam de assalto uma casa isolada no meio do mato, ou quando entram em alguns espaços de diversão e se prostram com olhares e gestos esquisitos, extracotidianos, como que observando os presentes. O mito gestual na concepção de Duvignaud é mais rico que o narrativo, pois se remete a um “como se”. Nele estão inclusos o visual, os significados, o toque, o odor e a sinestesia a serviço da teatralização. Assim as pessoas da comunidade que não saem nos cortejos dos mascarados, não participam menos da manifestação, porque são afetadas pelo sentido sugerido por cada disfarce.
Ainda pela função da máscara poderemos destacar a proteção, a manifestação de uma presença do além, a participação em uma casta privilegiada ou secreta e ainda instrumento de dominação pelo temor ou identificação a forças incontroladas. Sua relação com teatro se dar pela invocação de uma atitude, de um comportamento, de uma pessoa imaginária. É a criação de uma realidade supra-real que se torna real pela comunicação que ela implica e pela mensagem recebida.
A máscara dos papangus dissimula, encobre, engana, remete a outros mundos do imaginário e do simbólico. Mikhail Bakhtin diz que:


O motivo da máscara é mais importante ainda. É o motivo mais complexo, mais carregado de sentido da cultura popular. A máscara traduz alegria das alternâncias e das reencarnações, a alegre relatividade, a alegre negação da identidade e do sentido único, a negação da coincidência estúpida consigo mesmo; a máscara é a expressão das transferências, das metamorfoses, das violações das fronteiras naturais, da ridicularização, dos apelidos; a máscara encarna o princípio de jogo da vida, está baseada numa peculiar inter-relação da realidade e da imagem, característica das formas mais antigas dos ritos e espetáculos. O complexo simbolismo das máscaras é inesgotável. Basta lembrar que manifestações como a paródia, a caricatura, a careta, as contorções e as “macaquices” são derivadas da máscara. É na máscara que se revela com clareza a essência profunda do grotesco. (Bakhtin p.35).


E assim, munidos pelo espírito dionisíaco, por esse desejo de festa e pelo prazer de ser o “outro”, de te-atar ou teatralizar, os brincantes de papangu em Russas vêm mantendo a tradição. Talvez, como diz Duvignaud, pela “perseguição do incansável diálogo com um cosmo cujas manifestações análogas as do ‘eu’, estimulam nos homens a capacidade de inventar e de imaginar, de usar disfarces para investir contra a eterna resistência do mundo”. Eles reinventam o mundo real e resistem ao tempo e às adversidades e mantém uma prática que já dura quase um século. Permanecem num cenário em que já pereceram várias outras manifestações culturais bem mais organizadas e com relativas bases de sustentabilidade.


Abril de 2003
Russas – Ceará – Brasil.

O FOGO BRINCANTE

Por: Flávio Gonçalves
Com Relatos Críticos de Frank Lourenço


Nos dias 10 e 11 de Abril de 2004, véspera de Páscoa, os alunos do Projeto Brincantes de Teatro dirigiram-se ao distrito de São João de Deus, afim de realizarem uma pesquisa de campo, que constaria em experienciar a manifestação dos papangus.
O distrito de São João de Deus, município de Russas, Estado do Ceará, é um lugar aconchegante, cortado pelo Rio Jaguaribe/Banabuiú e cercado por uma natureza exuberante que se desenvolveu manifestações espetaculares tradicionais como Bumbas-meu-boi, cantadores, emboladores e repentistas. Misterioso com seus "bueiros" e trilhas, é um universo fantástico para se desvendar os segredos da cultura popular.
A comunidade de certa forma é um pouco contida. Normalmente não se vê muita gente nas ruas; as crianças foram as que mantiveram uma maior relação conosco, respaldados pelas vezes passadas que lá estivemos. Também existiam inúmeros papangus que se aproximavam e adentravam na casa para conversar freqüentemente. Eles eram bem vindos, já que se tratavam de nosso objeto de estudo.
De toda aquela gente, uma pessoa me chamou a atenção, não sei se pela sua inocência, espírito lúdico ou mesmo a espontaneidade com que falava, só sabe que vi nele a "figura" daquele povo, suas estórias de "malassombro", suas crenças e suas superstições. O simples fato de só pronunciar o a palavra "cão", se referindo ao diabo, no meu ouvido, me causou grande impressão. O pequeno Fabrílio, me fez abrir a mente para interpretar o modo de vida e o imaginário daquelas pessoas. Pensei quem realmente era a gente com quem convivemos naqueles dias.
O processo do imaginário parte de imagens primeiras e liberta-se do real, projeta-se uma correlação entre os objetos e os sujeitos que percorre desde o real que aparece figurado em imagens, até a representação possível do real. Assim o imaginário pode libertá-se do real e inventar, figurar, improvisar, sintetizar, ou fundir imagens.
Mais uma vez o projeto Brincantes se hospedara na "casa". Essa era a terminologia que se designava a residência na qual usávamos como base, um quartel general que nos causou estranhamento por suas dependências, na qual nos deixavam com uma impressão valiosa.
A casa em si, já fazia parte do universo brincante, com seu jeito imaginativo e também chamativo. Está na Casa realmente engrandeceu nossa pesquisa e certamente serviu como prévia do que vivenciaríamos no decorrer da pesquisa.

" A Casa estimulou a imaginação criativa e aflorou o imaginário fantástico dos alunos do Projeto"

O Nosso Objetivo no Distrito de São João de Deus era pesquisar a manifestação dos Papangus, tentar compreender aquelas pessoa, brincantes populares, que na Semana Santa se provém de máscaras e fantasias improvisadas e andam em bandos comunidade a fora.
Muita coisa para a gente era duvidosa, não tínhamos nenhuma certeza clara de quem eram os Papangus, e que tipo de gente brincava e nem seus objetivos. Acima de tudo, precisávamos compreender a manifestação quanto a representação observando pontos que poderiam serem vistos e confrontados com os do universo teatral. Lá estávamos, em busca do Homem em seu momento "natural" espetacular.
Apesar do sentido atribuído pêlos brincantes, no qual os papangus são os filhos do Iscariodes ou soldados romanos de Herodes que saem para prender o Cristo, essa trama não aparece em forma de encenação ou entremez. Não existe a representação cénica, é um teatro primitivo, efémero, que se contrapõe aos conceitos estruturantes do teatro que pautam o mesmo em um tripé básico: texto, ator e espectador. Aqui não existe o texto, nem o ator, nem o espectador. O Brincante se envolve num jogo e cria uma realidade supra-real onde homem e animal se imbricam e se mesclam em padrões de comportamento ambíguo e imaginário.
Além da máquina fotográfica e filmadora, outro material foi utilizado na pesquisa: o nosso próprio corpo. Ao invés de só observarmos, desta vez vivenciáramos e experienciaríamos a brincadeira. Confeccionamos nossas próprias máscaras, criamos nossas roupas e saímos pela comunidade, interagindo e ao mesmo tempo observando.
Experimentando uma forma mais introspectiva de entender os brincantes populares, tentamos encontrar e absorver dentro das possibilidades, o seu mais profundo âmago, aquilo que por nós é considerado o "Fogo Brincante" - essa energia que contagia o espectador e prende sua atenção a este momento espetacular, onde o brincante se entrega ao fazer e se liberta de suas "vestes" queimando-as na sua própria fogueira, acessa pelo seu próprio fogo. Essas "vestes" - tabus, preconceitos, estereótipos, clichés, "cotidianismo" são completamente carbonizados nestas labaredas e como produto desta combustão surgem novas vestes que agora não mais o ser humano no seu estado frio (normal), mas sim um estado espetacular. Entra em um processo de "autopirofagia", queimando o "velho eterno" e fazendo renascer das cinzas incandescentes o "novo momentâneo"
Dessa forma, o Fogo Brincante pode ser considerado fonte de energia que alimenta e liberta o homem para adentrar em um mundo mágico lúdico, imaginativo e conscientemente - inconsciente. Encontrar o Fogo significa encontrar a essência, a fórmula química, a porção mágica, a equação matemática, a lei física, a teoria que rege todos brincantes populares. É ser capaz de queimar as "vestes" do 'Velho eterno" e vestir as " vestes" incandescentes do "novo momentâneo". É ser verdadeiramente um brincante.
Observando os brincantes populares, me inquietou a necessidade de saber o que lhes causava a vontade de "brincar", ou mesmo o que faz essas pessoas acenderem o fogo brincante. O que faz, por exemplo, um homem sério se vestir de mulher, ou então, ficar horas dançando debaixo de um pesadíssimo boi?
Para que o fogo venha à tona pelo brincante, ele passa por um processo de aquecimento, que é ocasionado por diversos tipos de estímulos que denominei de "fagulhas". As fagulhas podem ser uma música, uma situação, um estímulo visual, um impulso religioso ou até mesmo o efeito estimulante do álcool. Após ter sofrido efeito das fagulhas o brincante inicia um processo no qual denominei de "Estado Autopirofágico". Ao acessar esse estado, o brincante ativa o fogo brincante e o mantém enquanto o estado durar.
A fase de transição entre a fagulha e o Estado Autopirofágico dei o nome de "Eminência Autopirofágica", no qual se observa o "Ponto de fagulha", que é o lugar visível do corpo do brincante onde se inicia a "Autopirofagia."
A Autopirofagia é a manifestação física do fogo brincante e o Estado Autopirofágico é um estado mental, combustível para a Autopirofagia, ou seja, o Brincante acessa um estado psico-físico neste momento.
Quando estive fazendo o percurso vestido de papangu, me senti vazio, sem objetivo, nada fazia sentido, ainda não era conhecedor do Estado Autopirofágico. Como teoria, tinha experimentado algumas vezes em momentos inconscientes.
Porém um fato me fez percebera fagulha acendendo dentro de mim, mesmo que rapidamente:
-Rosenildo (ator-pesquisador do Projeto Brincantes de Teatro) ao saltar da sua bicicleta perseguindo um grupo de crianças me fez vê rostos amedrontados e suas fugas desesperadas. Esse estímulo, definitivamente, me causou uma inquietação, uma sede de vê novamente aquilo. Aquele estímulo visual era a fagulha que acendera em mim.
- Evolui até a "Eminência Autopirofágica", porém, por falta de mais fagulhas - nós nos distanciamos das crianças - não atingi o estado "Autopirofagico" . Sequer notei a presença do ponto de fagulha, regredi e voltei ao estado frio.
Ao entrevistar Tatiana ( atriz-pesquisadora do Projeto Brincantes de Teatro), também identifiquei estes processos. Segundo ela, os olhares de algumas crianças por trás da porta lhe chamou atenção para assustá-los. Mais uma vez se identificava a presença da fagulha como fator primordial para se acessar o estado "Autopirofãgico".
Nos dois casos a fagulha evoluiu tão rapidamente que o ponto de fagulha logo e se espalhou por todo o corpo dos Atores-Brincantes, não podendo se definir em que parte do corpo exatamente ele apareceu.
Precisamos investigar e experimentar mais esses estímulos - fagulhas, fazer mais inferências sobre as resignações. Acredito que o caminho está sendo trilhado , palmilhado, mas ainda é muito incipiente as pesquisas para se chegar a conclusões. No entanto, levanto algumas problematizações:
- Será o "Fogo Brincante" algo como uma paixão. Aquela força que fez com que D. Neném (Mestra de Drama e Pastoril da comunidade de Pitombeira I) se referir à "Fogueira da Alegria"? Essa imagem - representação da fogueira - tem como simbolismo a purificação e traz uma metáfora das mágoas do não realizado; Do êxtase dos momentos sublimes do ato espetacular, da beleza e das alegrias catárticas. Refere-se a tudo que ela fez por amor, pelo prazer de se apresentar, pelo desejo de se expressar em forma de música, dança e teatro - Seria esse fogo a essência de ser Brincante? Esse ser que dança, canta, representa cria e recria, faz da sua arte o seu prazer e o seu trabalho. Dona Neném tornou-se o próprio Pastoril, ela inventou as músicas, as coreografias, as indumentárias. Tornou-se criadora e criatura numa simbiose da "artista" com a "obra de arte". Criou a Fogueira da Alegria, o fogo do amor que consume a paixão.
- Será esse Fogo, o Élan que nos fala a Antropologia Teatral? Em todo caso precisamos investigar e experimentar para então compreender o " Estado Autopirofagico" de representação dos Brincantes Populares.
Sem sombra de dúvidas, esta pesquisa engrandeceu demais nossa compreensão, não só da manifestação dos Papangus, mas de tudo que diz respeito as manifestações populares espetaculares.
Serviu como reflexão do meu fazer teatral na busca de um teatro menos "preocupante". Ser o Papangu não é tentar interpretar outra pessoa e sim, ser você mesmo em um estado de auto-conhecimento em que você adentra em seu própio universo inconsciente e sofre uma metamorfose simples em que só se tem prazer.
O futuro de nossos folguedos está na continuidade das fagulhas. É necessário que o povo as tenham e as mantenham. Perder fagulhas e não acessar o Estado Autopirofágico , ocasiona a perda do significado, do gosto em fazer e com isso a total extinção da manifestação. Enquanto houver prazer haverá também iniciativa própria.
Cabe, mais uma vez, a nós pesquisadores tentar entender esse prazer e fazê-lo retornar a comunidade e com isso resgatar o fogo que está se apagando

sexta-feira, 17 de abril de 2009

OFICARTE Lança Campanha para Ampliação de sua sede

Foi lançada dia 16 de Abril pela OFICARTE Teatro e Cia a campanha pela ampliação da sua sede.
O Lançamento foi feito dentro do programa "Jornalismo Verdade" da FM Araibu e contou com entrevista de Frank Lourenço, Sócio Fundador da OFICARTE e Coordenador do Projeto Brincantes de Teatro.
A Campanha visa a ampliação do espaço físico da sede provisória da Cia. que fica localizada na Av. Benjamim Constant S/N, ao lado do 1° BPM. A obra vem como forma de aumentar o espaço do Projeto Brincantes para receber as Atividade do PONTO DE CULTURA, um reconhecimento do Ministério da Cultura em Parceria com a Secretaria de Cultura do Estado aos grupos que possuem relevante trabalho Cultural.
Os PONTOS DE CULTURA dinamizam a cultura das comunidades onde estão inseridos. No caso do PONTO DE CULTURA BRINCANTES DE TEATRO, serão realizados atividades de resgate da cultura popular tradicional, ampliando as atividades para 120 alunos, diretamente e também a comunidade. Dentre as atividades estão: Criação de uma Ilha Digital e um stúdio de áudio e vídeo, todo em software livre, a realização de Oficinas de Lutiaria (Confecção de Rabecas e Tambores), Literatura de Cordel, Teatro de Bonecos, Danças Tradicionais, criação de uma Cordeloteca, efetivação da Orquestra de tambores e da Banda K-Zumbar, criação do grupo de Dança Bailado Pé no Chão e a Montagem de um espetáculo Cênico.
A campanha está lançada a sociedade Russana e em especial aos empresários comprometidos com a Cultura no Município, que se sintam sensibilizados a colaborar conosco.
Todo tipo de doação é bem vinda, telhas, tijolos e todo tipo de mateial de construção. Além disso, estarão sendo realizados eventos para angariar recursos.
Se você é comprometido com a Cultura russana, entre também nesta campanha.

terça-feira, 24 de março de 2009

Dia Mundial do Teatro



Acontecerá nos dia 27 e 28 de Março, em Russas a programação alusiva ao dia mundial do Teatro.


A OFICARTE Teatro e cia., estará apresentando dois de seus espetáculos. No dia 27 o público russano poderá conferir a estréia do "Expresso Experimental" dirigido por Otton Natashe e no dia 28 poderá conferir mais uma apresentação do espetáculo "Chá das Seis" de Márcia Oliveira e Direção de Frank Lourenço.

Confira a Programação:

Dia 27 de Márço:
Expresso Experimental - 19:30h
Local: AABB
Dia 28 de Márço:
Chá das Seis - 20:00h
Local: AABB

terça-feira, 3 de março de 2009

Cine Brincante estréia com "Tempos Modernos"!

Estréia neste dia 8 de março o Cine Brincante.


Tempos Modernos, de Charles Chaplin, foi eleito o filme que abrirá esta jornada cinematográfica do Projeto Brincantes de Teatro.




Críticas:

"Tempos Modernos" é mais uma obra-prima de Chaplin. Embora o filme tenha o 'status' de uma das maiores comédias de todos os tempos, não se pode ignorar o seu imenso conteúdo político. Chaplin realiza uma preciosa e inteligente sátira às técnicas modernas, usadas pela sociedade industrial, onde as máquinas substituem a mão-de-obra e os operários são marginalizados.
O filme apresenta momentos deliciosos, com verdadeiras cenas antológicas como, por exemplo: a cena em que Carlitos anda de patins numa loja de departamentos; ou na qual ele é confundido com um grevista; ou, ainda, a cena em que ele canta e dança num cabaré.
Além da direção, Chaplin é responsável pela produção, pelo roteiro e pela música original, o que faz com sua costumeira habilidade. O filme apresenta, ainda, uma bela fotografia e interpretações marcantes, com destaques para Chaplin e para a bela Paulette Goddard, na época sua esposa na vida real. Gloria DeHaven, que faz o papel da irmã de Paulette, tinha apenas 11 anos de idade quando da realização do filme." (fonte: http://www.65anosdecinema.pro.br/Tempos_modernos.htm)


Imperdível!!!

Ingresso: R$ 1,00 (Em pról da reforma e ampliação da sede do Projeto Brincantes de Teatro)

sábado, 28 de fevereiro de 2009

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

COM AS BARATAS NÃO!

Em tempos de indefinição do novo Secretario Municipal de Cultura, cuja Secretaria encontra-se entregue as baratas, a representação artística em nosso município não pára.

O total abandono do poder público as questões culturais não é capaz de frear as produções artísticas de nosso município. O ano mal começou e a comunidade russana é presenteada com mais um PONTO DE CULTURA. A OFICARTE Teatro e Cia. recebeu o comunicado de contemplação no Edital da Secretaria Estadual de Cultura e agora o PROJETO BRINCANTES DE TEATRO se integrará a REDE CULTURA VIVA com mais 99 iniciativas somente no Ceará, sem contar os que já estavam em atividade, como é o caso da Associação Carnaubeira de Arte-educação e seu PONTO DE CULTURA SOM DAS CARNAUBEIRAS. A REDE CULTURA VIVA e seus PONTOS DE CULTURA é uma iniciativa do Governo LULA digna de reconhecimento e visa articular a cultura local das comunidades onde os PONTOS estão inseridos e com isso dinamizar o acesso a cultura de forma democrática e participativa.

Também foi contemplado pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará – SECULT, através de Edital REVELA CEARÁ JOVEM, Flávio Gonçalves, Ator/Pesquisador da OFICARTE Teatro e Cia. Com projeto intitulado “Papel de Palhaço”. O mesmo receberá recurso para a produção de um filme curta metragem em caráter documentário.

E para fechar este primeiro bimestre, a OFICARTE estará inaugurando em breve, seu teatro de bolso, bem como iniciará uma reforma em sua sede como forma de dinamizar ainda mais o acesso do público russano a arte e cultura.

Além dessas iniciativas e conquistas da OFICARTE, outras produções movimentam a cultura no município.

Sendo assim, é visível que a OFICARTE não pára, a Arte e a Cultura Russana também não.. Desta forma, porque será que a Secretaria Municipal de Cultura parou? É preciso, tomar uma providência urgente para este descaso, afinal de contas, baratas não geram uma secretaria, portanto, Sr. Prefeito, tome a secretaria das baratas e entregue nas mãos de um secretário. Esse não é um desejo só meu quanto artista, esse não é um desejo só da OFICARTE como sendo a única Cia. Teatral do município a resistir por 19 anos aos descasos com a Cultura municipal, e sim um desejo de uma classe artística que almeja por políticas culturais mais consistentes, porque nem só de Educação, Comida e Saúde vive um povo.

Um povo culto, é um povo mais consciente e é bom ter ciência de que um povo culto escolhe melhor seus governantes. Portanto, dentro da situação em que nos encontramos em nosso município, é fácil diagnosticar o baixo nível cultural de nossa população.

Uma atitude deve ser tomada. Eu convido a todos os artistas e fazedores de cultura de nosso município a não ficar calados diante desta situação. Vamos a luta, elevem suas vozes, toquem mais alto seus tambores, entoem suas canções de protesto e juntos mudemos o presente cultural de nosso município.

Queremos uma resposta, a cultura russana não quer parar!

SE É PRA FALAR DE ARTE....

Posto logo abaixo uma poesia de autoria de duas alunas do Projeto Brincantes de Teatro.
Uma homenagem das mesmas aos mentores e coordenadores do Projeto Brincantes de Teatro: Frank Lourenço e Márcia Oliveira.

Parabéns Alana e Jamile, continuem produzindo. Aos demais alunos, fica aberto o espaço para postarem suas produções: Vídeos, Músicas, Poesias, Textos e o que mais se poder imaginar...


GUERREIROS DA ARTE
Alana Nogueira/ Jamile Lima

UM DIA CONHEÇEMOS UM MENINO
QUE TANTOS HOMENS JÁ FOI
E PERSONAGEM DA VIDA SE TORNOU
E COM A MESMA CORAGEM DE ENFRENTAR O MUNDO
DIANTE DE TANTOS ELE CHOROU.

ESSE MENINO TEM UM ANJO
HUMILDE E BATALHADOR
QUE AQUI NA TERRA TANTO NOS ENSINOU
A SEGUIR NOSSO CAMINHO
EM UMA JORNADA DE AMOR.

MENTES QUE SE UNIRÃO PARA A CULTURA ESPALHAR
TEATRO, MÚSICA , DANÇA
TUDO NOS ESPIRA A SER CRIANÇA
COM A ESPERANÇA DE BRILHAR.

SÃO DUAS ESTRELAS QUE DIRECINARAM NOSSOS HORIZONTES
UMA CORRENTE COM VONTADE DE LUTAR
FORMANDOO UM GRANDE CARROSSEL
QUE O TEMPO SE ENCARREGA DE GIRAR.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

OFICARTE inaugura Teatro Acleilton Vicente

A OFICARTE Teatro e Cia, inaugurará o seu Teatro de Bolso que receberá o nome do idealizador e um dos fundadores da Cia: Acleilton Vicente - Ator, Dançarino e Artista Circense, um dos 3 cearenses selecionados para o Cirque du Soliel, Canadá e atualmente falecido.



A inauguração está prevista para o próximo dia 27 de Fevereiro de 2009.

A sala de Espetáculos funiconará na sede da OFICARTE Teatro e Cia, localizada na Av. Benjamin Constant, S/N, vizinho ao 1º BPM e terá capacidade de aproximadamente 50 lugares.

O Teatro de Bolso receberá espetáculos que não dependem de um espaço muito amplo de encenação, bem como incentivará a produção e a formação de platéia no município.



E para inaugurar o Espaço, o Grupo Blefes e Mequetrefes do Distrito de Uiraponga-Morada Nova estará apresentando o Espetáculo "Bela Adormecida e os Monstrinhos".

A inauguração fará parte da Programação de IV Terreiro Cultural do Projeto Brincantes de Teatro e contará com outras atrações.

Vale a pena conferir.

"O Teatro de Bolso Acleilton Vicente vem cumprir uma das Missões da OFICARTE Teatro e cia que é: Socializar as produções artísticas com as comunidades, permitindo-lhes o acesso à informação, diversão e apreciação da arte de forma democrática e participativa."


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O Projeto Brincantes de Teatro agora também é PONTO DE CULTURA


A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará(Secult) divulgou hoje, dia 04 de fevereiro a lista dos projetos contemplados do edital Pontos de Cultura do Ceará.

O OFICARTE Teatro e Cia., foi um dos contemplados através do Projeto Brincantes de Teatro. Além da OFICARTE, mais 3 projetos do Vale do Jaguaribe foram contemplados: ILHA de Limoeiro do Norte, Meninos da Arte de Morada Nova e Barrinha das Artes de Tabuleiro do Norte. Vale a pena salientar que O Projeto Brincantes de Teatro é o segundo Ponto de Cultura do Município de Russas, tendo a Associação Carnaubeira de Arte-Educação, do Distrito de Flores, sido contemplada anteriormente.

O edital previu a implementação de 100 novos Pontos de Cultura no Estado (sendo 20 para Fortaleza e 80 para o interior). Atualmente existem cerca de 40 instituições conveniadas como Ponto de Cultura.

No estado do Ceará foram 188 inscritos sendo 78 na capital e 110 no interior e região metropolitana. Entre os selecionados estão projetos que contemplam; artes Cênicas e integradas, artesanato, Culturas populares, expressões artísticas, música , teatro, dança,cultura afro, tradição oral dentre outros.

Os cem projetos selecionados receberão o repasse dos recursos de até R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais) em três anos. A primeira parcela está prevista para março de 2009 e a partir deste edital, o Governo do Estado entra em parceria direta com o acompanhamento dos pontos, com capacitações e orientações feitas pelo pontão de cultura do Estado do Ceará.

A seleção dos projetos para o edital foi composta por uma comissão de três fases, análise de documentos, avaliação técnica e análise de mérito. Na primeira fase, foi analisada a documentação exigida em edital ao proponente e o enquadramento do mesmo nos termos do edital. Foram inabilitados os projetos cujos proponentes que não apresentaram os documentos exigidos, que entregaram a inscrição fora do prazo ou que não se encaixam nos termos do item 3.1, que determina a participação apenas para “pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, que sejam de natureza cultural como associações, sindicatos, cooperativas, fundações privadas, escolas caracterizadas como comunitárias e suas associações de pais e mestres, ou organizações tituladas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) e Organizações Sociais (OS)”.

Ponto de Cultura - O programa Ponto de Cultura é a ação prioritária do Programa Cultura Viva do MinC. Nele, iniciativas da sociedade civil firmam convênio de colaboração com o Governo e tornam-se Ponto de Cultura. Sua responsabilidade é articular e impulsionar as ações culturais que já existem nas comunidades. Atualmente, existem mais de 800 Pontos de Cultura espalhados pelo país e, diante do desenvolvimento do Programa, o MinC decidiu criar mecanismos de articulação entre os diversos Pontos, as Redes de Pontos de Cultura e os Pontões de Cultura.

ESPETÁCULO "CARROSSEL DO TEMPO" EM FLORES

Acontece neste dia 14 de Fevereiro de 2009 (sábado) no Distrito de Flores, a apresentação do Espetáculo do Projeto Brincantes de Teatro, Carrossel do Tempo.
Uma verdadeira viajem teatral pelo Vale do Jaguaribe, o musical é hoje o maior espetáculo cênico do interior do Ceará.
Narra a saga de Clara, sua boneca Mariana e Valentim que passeando por vilas,feiras, várzeas e carnaubais, cantam as serras, o mar eo sertão,revivendo dramas e brincadeiras populares, mergulhando no Baú das memórias, nos contantos com os velhos e velhas (mestres e brincantes dos folguedos). Eles viajam pelo espaço/tempo, conduzidos pelo Pássaro do Tempo, na busca de realizarem seus sonhos, desejos e fantasias, levando Clara a encontrar-se com ela mesma em vários ciclos de sua vida.

Serão duas Sessões, uma inicaindo às 18:30h e outra às 20:30h, no Labaredas Clube.

Imperdível!!!










PATROCÍNIO:

Governo do Estado do Ceará, IV Edital de Incentivo às Artes

KLC Contruções Eletricas LTDA;

Nova Casa Construção;


Vereador Zé de Fátima;


Vereador Ézio Moreira;


Depósito Florense;

APOIO INSTITUCIONAL:

Associação Carnaubeira de Arte-Educação;

Flores FM

domingo, 1 de fevereiro de 2009

CACURIÁ

Encontrei no YOUTUBE um vídeo de um grupo tradicional de Cacuriá e resolvi divulgar aqui no Blog.
Uma dança que teve origem nos ritmos das caixas que festejam o Divino Espírito Santo, a batida forte das caixeiras embalam passos sensuais e letras irreverentes.
Muito bom mesmo, sem falar que a música é velha conhecida da OFICARTE em seus cortejos e espetáculos de rua.
Vale a pena conferir.


Mariquinha - Cacuriá de Dona Teté



domingo, 25 de janeiro de 2009

RETIRO CULTURAL - PROJETO BRINCANTES DE TEATRO

O Projeto Brincantes de Teatro realizou neste mês de Janeiro mais um Retiro Cultural - Jornada Brincante, no qual Coordenação, Monitores e Facilitadores reuniram-se durante três dias em um sítio na localidade de Macambira - Russas, afim de realizarem uma maratona de Avaliação, Estudos e Planejamento referente as atividades do Projeto.
Este retiro é o segundo realizado, sendo que o anterior ocorreu no Distrito de São João de Deus - Russas.
O retiro brincante propociona além de tudo, um momento de mergulho total no universo Brincante, permitindo com isso, sempre manter o acesso o "Fogo Brincante" dentro de cada um.

RELATOS DO RETIRO

PRIMEIRO DIA

Reafirmar, repensar, reelaborar, refletir, resignificar, reencontrar... ré, ré, ré... Realizar.
Retiro Cultural do Projeto Brincantes de Teatro. Deixa-se está sob a reclusão, retirá-se. Momento intimo em que brincantes introspectam-se em um universo maravilhoso de possibilidades. Possibilidades essas que permitem pensar, avaliar, criar. Um momento brincante, feito por brincantes e para brincantes. E assim, durante três dias, uma Jornada Árdua de Trabalho é iniciada.
Porém é preciso primeiro perceber o que foi falho, mas sem com isso, admitir que sucessos foram alcançados. Portanto é de grande importancia que o retiro iniciasse com um avaliar minucioso do que se fez no decorrer desses dois anos de atividades do Projeto Brincantes.
Como nos velhos tempos e quase como capricho, banhados pela primeira chuva de inverno, num momento, quase ritualístico de lavagem, a água deixa levar consigo as dificuldades, permitindo inundar com a água límpida do novo. Uma chuva, no sentido literal e metafórico da palavra inicia-se. Uma chuva de idéias, uma chuva de desafios. A estação da seca se desfaz e boas águas estão pro vim.
Feito isso, nós brincantes partimos para um defrontar com nós mesmos.
Até que ponto se conhece sobre o Projeto?
Portanto, um discutir sobre a metodologia, diretrizes e objetivos é iniciada. Um reafirmar da filosofia brincantes, mesmo que a princípio isto estabeleça-se apenas teoricamente mas que deixa
o fio de uma promessa de que muito mais será retrabalhado, ainda teoricamente, mas também cheio de prática.
Falando em prática, é no Terreiro Cultural que acontece o momento mais introjectivo no universo brincante. Cantigas, estórias, causos. É no pé da fogueira que isto acontece, o simbolismo da fogueira que reflete a figura do "Fogo Brincante", que aquece, que alimenta, que dá combustível ao movimentar brincante... E com isso, os brincantes se recolhem, e com isso os brincantes se renovam, e com isso a noite só nos mostra respostas... ré, ré, ré.....





SEGUNDO DIA

Improvisar! Uma prática que deve ser abolida no Projeto Brincantes de Teatro. Esqueçam-se definitivamente do improviso, apaguem de seu repertório tal técnica, definitivamente, improvisar não é bom... Quando se é um monitor no seu processo de ministrar aula. Foi nessa pespectiva, de preparar os monitores e facilitadores, livrando-os da sina de serem meros repassadores de exercícios, que possam compreender o Projeto como algo mais profundo, algo mais poderoso, que permita que o alunos não sejam simplesmente corpos em um movimento vazio, que se conduziu o primeiro momento de nosso dia. Um refletir sobre o que seria arte-educação. Na verdade um desmembramento, para que se compreendesse a Arte, para que se compreendesse a educação, e para com isso, o reencontro entre arte e educação, agora dissecados, estudados e discutidos reconstituísse a nível intelectual o conceito de arte-educação.
Nisso partiu-se para um trabalho grupal de reflexão, pra um embreagar de conceitos, obedecendo a uma lógica metafórica de um banquete, onde reunidos à mesa, desmembram, destrincham e devoram o alimento, mastigam em conjunto, regojitam, descartam o que de priore
não se considera nutritivo, reengolem, digerem e vomitam um produto totalmente novo, mas que deixa na corrente snguínea, o combustível para tocar a vida.
E assim, no final do dia, nossos companhiros não são mais os mesmos, a bagagem torna-se mais pesada. E com isso, o improviso retorna a seu seu lugar de origem e com isso, os corpos vazios dos alunos passam a ser preenchidos de afeto e de conhecimento .
Deixamos, permitamos que nossos alunos , acima de tudo, sejam felizes.


TERCEIRO DIA

Uma vez em Roma, faça como os Romanos!
O Retiro Cultural jamais seria o mesmo se dentro das discussões não abordássemos o "Teatro", afinal, esta é a mola mestra, aquilo que nos guia, que nos permite viajar a longas distâncias mesmo que sem sairmos do lugar, que permite revelar a nós mesmo, permite-nos sonhar.
Assim, a manha foi tomada pelo "Teatro Popular", pelo "Teatro de Rua" e por todas as formas de expressar do povo. Além disso, nós Brincantes, reafirmamos nossa relação de proximidade com a Cultura Popular. Em grupos, como verdadeiros especialistas, e ainda usando do artifício da imaginação que só o teatro dispõe, iniciamos um verdadeiro debate, uma mesa redonda em que cada grupo expós a respeito do Reisado, Pastoril, Bumba-meu-boi e demais Danças Populares. Os seminários sã um sucesso, e assim se deu o último dia de nossa Jornada...

A nossa Jornada/
Já vai terminar/
Adeus meus senhores/
Queiram desculpar